18/12/2006

Luva ao relento na Arrentela


Sabem o que mais recordo do "Sozinho em Casa?" (depois da cara-marcada-com-ferro, claro), sabem?
Pois bem, são aquelas benditas molas que o menino usava para segurar as suas luvas ao casaco! Como eu queria ter umas molinhas daquelas também...
Ás vezes parece-me que faço repelir as coisas e que, por isso, as perco mais facilmente (outras vezes penso de forma mais realista e reconheço a cabeça no ar que sou). De luvas a ... um sem número de outros pequenos objectos (pronto, por acaso este ano ainda só foi a luva, mas montes de coisas estiveram a um passo de me perderem) parece que tudo é motivo para se afastar de mim.
Fiquei mesmo com pena de ter perdido uma luva. Ainda se perdesse as duas, pronto, não pensava mais nisso, mas agora tenho a outra luva a olhar para mim com um olhar terrífico, quase que a dizer: sua desmazelada, deixaste a minha luva-irmã por aí ao Deus dará e agora já não tenho nenhuma vontade de te voltar a aquecer. Hoje mesmo assim tive consciência da perda. Ainda percorri os locais por onde andei ainda de luva, mas nada. (tenho ainda uma pequena esperança que mesmo após uma noite ao relento ela irá aparecer suja, mas viva)
Estava dentro do meu bolso (como raio sai uma luva de um bolso??) e depois deixou de estar.
Ando com o par dela na mala - à espera que aconteça uma cena do género cinderela-gata borralheira, em que o príncipe também só tem um par.
Até lá penso que sou mesmo muito distraída e penso (juro) no frio que a luva estará a passar neste momento e quão mais confortável estaria ela na gaveta das luvas e dos cachecóis e dos gorros.
A minha luva é amarela torrada, de lã. Foi perdida algures no Concelho do Seixal, entre a Arrentela e a Cruz de Pau. Não apresentava quaisquer sinais de maus tratos nem nenhum tipo de perturbação no seu croché. Foi vista pela última vez no bolso da sua dona (bem distraída).
A quem encontrar a referida luva garante-se uma recompensa laneada em lã merino e angorá.

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